IROS 2012, a robótica passou pelo Algarve

Na passada semana decorreu em Vilamoura a maior conferência mundial sobre robótica. Cerca de 1500 participantes, oriundos de todos os continentes e várias empresas de todo o mundo, vieram ao Algarve partilhar a sua investigação, projetos e produtos na área da robótica.
A robótica está cada vez mais subdividida em várias áreas específicas, desde a industria, até à medicina, passando pela mais recente "humanização" e no evento foi possível perceber algumas destas tendências.
A conferência foi organizada pelo ISR da Universidade de Coimbra (Instituto de Sistemas e Robótica) que lançou o convite a algumas escolas para assistirem a um dos dias do evento. Fui com os alunos de informática da Escola Secundária Drª Laura Ayres de Quarteira, visitar a conferência na terça-feira, dia 9 de Outubro.

Ficamos todos espantados com a quantidade de tecnologia disponível por m2 naquele espaço, que afinal não se vê todos os dias pelo nosso país. Começamos por assistir a uma sessão plenária do Prof. Paolo Dario sobre "Surgical Robotics" onde percebemos o impacto que a robótica poderá vir a ter na medicina nos próximos anos, nomeadamente no diagnóstico através de micro cápsulas propulsoras equipadas com câmeras de filmar e outros acessórios. Estas permitem evitar que o paciente passe pela dolorosa endoscopia, controlando todo o percurso da cápsula remotamente. Simplesmente espantoso!
Para além da utilização da robótica na medicina, pudemos ver outras áreas de aplicação mais convencionais, como a deteção de objetos, localização, monitorização, aplicação marítima, entre tantas outras. O programa completo da conferência pode ser consultado aqui.
Uma das áreas que chamou mais a atenção foi no entanto a "humanização" dos robôs ou "Human-Robot Interaction". O que no passado pareciam apenas efemérides da ficção científica, como o Hal9000 da obra prima de Stanley Kubrick 2001: Odisseia no espaço, ou os inseparáveis R2-D2C-3PO do Star Wars de George Lucas são hoje um conceito que ganha cada vez mais consistência no mundo da robótica.
Com várias aplicações práticas, tais como servir de companhia a pessoas idosas ou alertar para potenciais acidentes caseiros este tipo de robôs são já uma realidade não muito distante. Não esquecer no entanto, que inicialmente não devem estar acessíveis a todas as bolsas.

É certo que muita da tecnologia que vimos no evento não era uma completa novidade. Foi mais a quantidade de aplicações e a investigação que se está a fazer na robótica, que me leva a crer que não falta muito para as máquinas "tomarem de assalto" todas (ou quase todas) as esferas da intervenção humana. Não quero com isto dizer que o mesmo terá consequências más ... ou boas ... Isso só o futuro nos dirá. E pelos vistos esse não está muito longe.
Em Portugal, nos anos 80, o grupo Salada de Frutas já nos alertavam para olhar para o robô. Será que passados 30 anos vamos finalmente levar a mensagem em consideração?


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